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Carlos Cidade eleito Presidente da Concelhia do PS/Coimbra com 69,06% dos votos

domingo, 25 de abril de 2010

DISCURSO NO JANTAR DE CAMPANHA

Camaradas e Amigos,
Quero agradecer a presença de todos e com a vossa participação darem um sinal claro que estamos no caminho certo.
Já todos sabemos o que nos move e na qual cada um de vós tem vindo a dar um contributo decisivo para uma mudança no PS em Coimbra, tão necessária quanto exigível.
Tem sido dois meses de intenso trabalho junto dos militantes, que tem sido gratificante, pois muitos daqueles militantes anónimos e muitos de longa data, veêm agora nesta candidatura uma nova esperança de terem de novo um PS em Coimbra, capaz de retomar valores e de lutar por causas.
A nossa campanha conforme prometi desde o início, tem-se pautado pela preocupação em discutir política em ouvir as pessoas, para apresentar propostas de trabalho e definir objectivos, dando importância a quem a deve ter, que são os verdadeiros militantes.
Desde os problemas sociais, aos problemas da educação, da saúde, do desenvolvimento das suas terras, entre outros temas, tem sido um debate digno de verdadeiros socialistas.
Camaradas e Amigos,
A dignificação da República de Abril, passa por assumir a política com um elevado compromisso de cidadania.
Por isso me apresento como candidato a Presidente da CPC do PS de Coimbra de forma livre e transparente. Todos nos conhecemos bem, todos sabem o trabalho e a dedicação que coloco ao serviço do PS, mas hoje já não sou só eu, nem os que que comigo se comprometeram à dois anos, pois somos muitos mais, construindo uma equipa de encontro de gerações de socialistas, construindo a unidade, que quer MUDANÇA e por isso hoje sentimos que vamos ganhar.
Mas, Caros camaradas e amigos,
Para que assim seja, teremos que assumir uma MUDANÇA RESPONSÁVEL, uma Mudança séria com entusiasmo, com dedicação e vontade, aliada a um trabalho feito com humildade, de forma solidária e fraterna, com todos os militantes mobilizando ideias e vontades para a afirmação dum PS vencedor.Queremos credibilizar o PS, proceder à mudança no sentido da inovação e do crescimento, unir no respeito pela diversidade de opiniões, abrir o Partido, atraindo novas ideias e novos protagonistas, respeitar o acervo colectivo do PS/Coimbra.
Connosco o PS Coimbra será um espaço de diálogo, tendo todos os militantes a mesma importância na procura de soluções. Por isso as secções serão envolvidas nas acções políticas determinantes nos destinos do nosso partido, no âmbito concelhio.
Por isso, assumo o compromisso de efectuarmos essa MUDANÇA RESPONSÁVEL.
1. Daremos prioridade aos militantes de base, organizados nas suas secções, assegurando a cooperação e um contacto permanente, assumindo o compromisso de o Secretariado mensalmente reunir de forma descentralizada nas diversas secções.
2. Criaremos estruturas flexíveis de coordenação e cooperação envolvendo secções com problemas comuns e que exigem soluções integradas: Margem Esquerda; Margem Direita; Zona Norte, Zona Sul e Área Central da Cidade.
3. Criaremos um Conselho Consultivo Permanente aberto à sociedade civil, aos antigos autarcas da Câmara e antigos Presidentes da CPC, com reuniões trimestrais, e que de forma dinâmica constitua um fórum de audição, consulta e provedoria.
4. Reformularemos a página da Internet da CPC, dando-lhe um carácter atractivo e sedutor, tornando-a uma forma privilegiada de comunicação e informação.
5. Realizaremos periodicamente debates políticos que abordem as grandes questões inerentes ao desenvolvimento do concelho, com a participação dos eleitos nas autarquias, de deputados e outros responsáveis políticos, convidados em função dos temas a debater, procurando recolher contributos e soluções para uma nova visão sobre Coimbra (educação, saúde, economia, inovação, urbanismo, ambiente, acessibilidades, turismo, cultura, desporto, entre outras).
6. Criaremos um Gabinete Autárquico, enquanto órgão de consulta do secretariado da concelhia, para acompanhar o trabalho dos autarcas eleitos quer na Câmara, quer na Assembleia Municipal, quer nas Juntas de Freguesia, preparando documentos estratégicos importantes para a sua actividade e dando formação no sentido de aumentar a sua eficácia.
7. Realizaremos o Congresso Autárquico de Coimbra, antes do final do mandato.
8. Reconheceremos a autonomia e a mais-valia da JS, salvaguardando a sua presença nos órgãos executivos concelhios, e apoiaremos as iniciativas das Mulheres Socialistas reconhecendo a sua capacidade de iniciativa e a sua importância na actividade política concelhia.
Mas camaradas e amigos, o PS não pode ser um livro fechado, antes pelo contrário tem que ser um livro que possa ser lido com gosto e com prazer, quero eu dizer apenas que o PS tem que ser o nosso livro aberto para que os outros, os cidadãos de Coimbra o possam ler de forma aberta.
Por isso esta MUDANÇA RESPONSÁVEL que vos proponho, não pode ser apenas uma proposta aos militantes do PS, mas porque COIMBRA VALE A PENA teremos de integrar a actividade do PS num horizonte de recuperação da gestão da Câmara Municipal e da maioria das Juntas de Freguesia, apresentando-se, desde já, um conjunto de acções numa visão de gestão autárquica de médio prazo, preparando as condições para devolver o governo de Coimbra ao PS, oferecendo ao concelho um futuro melhor.
Temos que assumir um conjunto de princípios de orientação:
1. De afirmar COIMBRA COMO CAPITAL REGIONAL, não como um mero exercício de revivalismo, mas com a certeza de que vivemos numa cidade com história e com futuro que pode voltar a ocupar o lugar que, por direito próprio ocupou durante décadas, desde que seja capaz de valorizar e promover parcerias com a Universidade, com o Sector da Saúde, com os empresários inovadores e tecnologicamente avançados, mas também com todas as outras cidades da Região.
2. De preparar e implementar um planeamento estratégico das novas unidades industriais a atrair, respeitadoras do ambiente e de elevado conteúdo tecnológico, valorizando os nossos recursos humanos, invertendo a letargia a que nos conduziu a governação de direita, apontando para a criação da Agência de Atracção de Investimento.
3. Dinamizar a expansão do projecto do Metro Ligeiro de Superfície, como proposta emblemática, mobilizadora e paradigmática do nosso programa para a próxima governação da cidade de Coimbra e das suas 31 freguesias e dar prioridade às restantes alternativas de transporte público de qualidade, cobrindo toda a extensão da cidade, a preços sociais e com aplicação dos passes sociais multimodais.
4. Valorizar a centralidade de COIMBRA no contexto da Bacia do Mondego, contribuindo para a sua afirmação no grande desafio do século XXI - A ÁGUA.
5. Lutar por um Plano Estratégico para a cidade, baseado num urbanismo democrático, participado e transparente, atractivo para novas empresas geradoras de emprego e valorizando o comércio de proximidade.
6. Desenvolver políticas com sérias preocupações sociais de apoio aos mais desfavorecidos, combatendo a solidão dos idosos, a toxicodependência e a prostituição.
7. Garantir o desenvolvimento da reabilitação urbana do edificado, assegurando a manutenção das características dos Bairros e das nossas freguesias.
8. Definir políticas habitacionais que, respondendo aos problemas dos bairros municipais e das freguesias, que ajudem a atrair mais população e a estancar a saída dos jovens que lá nascem.
9. Reconhecer o Centro Histórico como factor fulcral de competitividade de Coimbra, potenciando o investimento na candidatura da Alta e Universidade a Património Mundial da UNESCO, através de políticas municipais adequadas em áreas como a segurança pública, comércio e turismo, património, área social e emprego.
10. Desenvolver políticas ambientais sustentáveis que tenham em conta a eficiência energética, a qualidade do ar e o ruído, construindo corredores verdes e conservando os jardins e matas da Cidade.
11. Melhorar os serviços públicos no concelho, particularmente na área do Ensino, lutando pela sua qualificação, adequando-os e redimensionando-os em função da evolução demográfica que o concelho apresenta.
12. Desenvolver políticas de efectiva descentralização que envolvam as populações e as Juntas de Freguesia.
13. Retomar uma política desportiva inclusiva, que envolva o movimento associativo de todo o concelho.
14. Defenderemos a integração de Coimbra no Turismo Centro de Portugal e na Agência de Promoção Externa do Centro, combatendo o isolamento das políticas municipais de Turismo
15. Definir e implementar uma política cultural que envolva os agentes culturais, aumentando a oferta cultural da cidade, dinamizando todas as infra-estruturas existentes no tecido concelhio, que seja atractiva para o País e que tenha dimensão nacional.
16. Dinamizar uma política com e para a Juventude, que valorize a sua autonomia.
17. Investir nos trabalhadores da CMC, promovendo adequadas acções de formação, valorizando as suas competências, como condição indispensável para a melhoria dos serviços e da qualidade de vida em Coimbra.
18. Incentivar o policiamento de proximidade nomeadamente no centro histórico da cidade, apoiando, assim, os comerciantes e moradores, mas também nos grandes aglomerados populacionais.
19. Estudar a reorganização dos estacionamentos, principalmente na área central da Cidade.
20. Trabalhar, com as associações de deficientes, no estabelecimento de uma política de eliminação das barreiras arquitectónicas.
21. Defender um efectivo programa de protecção civil e de segurança visando definir as situações de risco e actuar em conformidade, bem como assegurar a segurança, em todas as suas vertentes, aos cidadãos.
22. Defender o orçamento municipal participado, reservando uma percentagem do orçamento para esse fim.
Mas, ao apontar estes princípios de orientação, não podemos deixar de estar preocupados e denunciar a profunda agonia politica em que está mergulhada a nossa Câmara Municipal, com a gestão do Dr. Carlos Encarnação e a sua coligação.
Camaradas nos últimos tempos esta agonia politica tem-se agravado.
Coimbra é presenteada ao terceiro mandato de Encarnação, com um Plano Estratégico, em que apenas mudam as palavras, mas em que os objectivos estratégicos são os mesmos que a gestão socialista deixou na sua proposta de Plano Estratégico. Isto significa que Coimbra perdeu pelo menos oito anos sem objectivos definidos. Com certeza que outros interesses que não os de Coimbra, moveram a coligação de direita mais o seu apêndice, na encomenda mercantilista de um novo, diga-se com os mesmos objectivos de um Plano Estratégico.
Estamos perante um Presidente de Câmara que mente, quando exigimos o cumprimento dos acordos estabelecidos entre o Município e a Administração Central, que deveriam garantir os acessos condignos ao Hospital Pediátrico e paralelamente faz negociatas, que no essencial remedeiam, mas não resolvem com eficiência a acessibilidade do Hospital Pediátrico à Circular Externa.
Hoje a educação passa muito pela acção importante dos Municípios, e Coimbra deveria ser o melhor exemplo nesta área. Mas não, a incompetência, a desqualificação, a ignorância, a teimosia de quem não sabe ouvir, levou à aprovação de uma Carta Educativa de Coimbra, completamente desfasada da realidade dos dias de hoje e que as crianças e os jovens do nosso Concelho vão pagar caro.
Ao Dr. Encarnação, mando daqui um recado, nós não vamos permitir que hajam crianças de primeira e crianças de segunda no Concelho de Coimbra.
O que hoje se está a passar com a comemoração do centenário do Edifício Chiado, é um rasgar da história de Coimbra, perante o ex-libris da arquitectura e de referência industrial e cultural de Coimbra. Sem colocar em causa as comemorações, como republicanos e socialistas não podemos deixar de condenar com toda a nossa indignação, que seja esquecido o homem que deu à cidade o Edifício do Chiado, o Dr. Mendes Silva.
E omitirem deliberadamente, os obreiros da transformação do Chiado em Museu da Cidade, os nossos camaradas Teresa Alegre Portugal, Vereadora da Cultura à época e o Manuel Machado, Presidente da Câmara.
Se hoje podemos comemorar o Centenário do Chiado e a sua transformação em espaço cultural da cidade, a eles se deve e a mais ninguém. Uma cidade sem memória, é uma cidade desgovernada.
Desculpem estar-me alongar, mas não posso deixar também de registar a tentativa de fraude política cometida pelo Presidente da Câmara e pela sua maioria mais um, com a apresentação do Relatório de Gestão e Contas do Exercício de 2009, na última sessão do executivo municipal, obrigando a maioria a aprovar importantes documentos, que não foram permitidos aos Vereadores do PS analisar e que agora se vem comprovar que estavam errados.
Felizmente que os Vereadores do PS tiveram o bom senso e a visão politica, para não pactuar com esta fraude, abandonando a reunião na hora dessa votação.
O que se passa com o Relatório de Gestão e Contas do Exercício de 2009, é um hino à incompetência da gestão municipal.
Coimbra, não merece isto.
Camaradas,
O PS a partir de 29 de Maio, sendo-o já hoje, vai passar a ser mais determinado na oposição, porque Coimbra espera por nós.
Nós somos a única alternativa. Nós somos a única e verdadeira força de esquerda, que não pactua com os pequenos interesses, que levam outros a sentarem-se à mesma mesa do banquete municipal.
Por último, ao Dr. Carlos Encarnação fica o desafio, perante o cair da máscara da boa gestão. Não alimente o tabu que paira na cidade, de não querer acarretar com todas as suas responsabilidades até ao final do mandato. Pois a tentativa de fuga só virão comprovar a sua fraqueza política.
Caros amigos e camaradas,
Coimbra vale a pena, hoje e sempre, e agora precisa de nós.
Juntemo-nos porque Coimbra é a nossa grande paixão, e por ela estamos dispostos a lutar.
Para isso é necessário que até ao próximo dia 29 de Maio todos juntos nos mobilizemos para uma grande votação no nosso projecto, para garantir uma Vitória expressiva e clara.
Viva Coimbra e as suas 31 freguesias!
Viva o PS!
Coimbra, 24 de Abril de 2010
Carlos Cidade