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Carlos Cidade eleito Presidente da Concelhia do PS/Coimbra com 69,06% dos votos

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Colóquio: “Que Cultura de (o)culta a Coimbra?”



“Foi um esforço que valeu a pena, para mostrar a dinâmica desta campanha e desta candidatura”, afirmou Carlos Cidade.

No âmbito da campanha para a presidência da Comissão Política Concelhia do PS/Coimbra, a Comissão da Candidatura – “A Mudança Responsável – Coimbra Vale a Pena”, levou a efeito o seu quinto e último colóquio, subordinado ao tema: “Que Cultura de (o)culta a Coimbra?”, realizado na passada 4ª Feira, dia 26/Maio, na Casa Municipal da Cultura de Coimbra.
Este colóquio for aberto por António Vilhena, vereador da CMC, membro da Comissão de Candidatura e coordenador da organização destes colóquios. Para o moderador e ao contrário do que muitos pensam, “a Cultura contribui para a própria economia” e este sector dá emprego a cerca de “127 mil pessoas”. Antes de passar a palavra aos oradores convidados, afirmou que “Coimbra tem quase tudo, mas há sempre qualquer coisa que não encaixa”.
Isabel Vargues, directora do Teatro Académico de Gil Vicente, começou por dizer que o tema Cultura é recorrentemente abordado nas conversas que tem com os vereadores António Vilhena e Carlos Cidade. Lembrou que há muito que a Universidade de Coimbra deixou de ser a única no país e interrogou-se se essa perda de influência não contribuiu para a realidade de hoje, onde “Coimbra já não é uma cidade de poder”. Diz-se apostada na formação da ”Fundação Cultural da Universidade de Coimbra" e espera o apoio de todos para esse importante projecto. Reconhece a importância da “ligação do poder à cultura” e deixou uma interrogação: “Alguém sabe quantas vezes o ministro da Cultura veio a Coimbra?” Reconhece que algo de positivo tem sido feito e que hoje são vários os espaços da cidade onde se promove cultura: Teatro da Cerca, Teatrão, Salão Brasil e outros, “o que não acontecia desde 2008”.
José Ribeiro Ferreira, professor catedrático da Faculdade de Letras, começou por afirmar que é “duma cultura em extinção”, referindo-se ao estudo da sua especialidade: Grécia e Roma. Admite que não haja “em Portugal nenhuma escola que ensine grego e poucas haverá que ensinem latim. Para mim, esta cultura é importante” e não concebe que uma universidade não ensine árabe, hebraico e outras línguas menos comuns. Admite que “Coimbra vive de costas voltadas para a Universidade”, quando “as duas deviam lutar no mesmo sentido”. Na parte final da sua intervenção, apelou à memória colectiva, lembrando como tratamos os nossos homens da cultura. “Camilo Pessana é um dos maiores escritores portugueses, nascido em Coimbra, o seu espólio está no Museu Machado de Castro e não há um beco com o seu nome”, lamentou o professor.
António Pedro Pita, Director Regional a Cultura, começou a sua intervenção usando o humor, o que conseguiu, e disse também o professor da Faculdade de Letras, que foi aluno de dois dos professores presentes neste colóquio: Linhares de Castro e José Ribeiro Ferreira (que curiosamente também foi meu professor). Considerou que “a política cultural é uma modalidade da política” e é esse imperativo que quis relevar. Defende que “a produtividade da cultura produz resultados e não é um investimento a fundo perdido”. Hoje “a rentabilidade da cultura é uma descoberta”. Alertou para o perigo da “enxurrada de informação a que hoje temos acesso”, muita da qual não a procuramos. Sobre a cultura da nossa cidade, considerou que “Coimbra se tem ocultado a si própria”. Achou que “se o diagnóstico não está feito, estamos em condições de completá-lo”. Questionou a proliferação das casas-museu, em desuso em todo o lado e, sobre Coimbra, deixou uma clara mensagem: “Apostamos em tudo e depois não conseguimos nada”.
Seguiu-se o espaço de debate, o qual foi iniciado por Romero de Magalhães. Este professor lembrou que fez uma representação teatral na inauguração do Teatro Académico de Gil Vicente. Fez uma análise dos públicos e ofertas culturais desde essa altura até agora, interrogando-se: “Como é possível que hoje se juntem apenas 19 pessoas para assistirem a um espectáculo de qualidade?”. Também questionou a perda de influência de Coimbra, em que até a sua “Universidade está hoje transformada numa universidade regional ou até local!?”. Terminou dizendo: “É preciso que se questione todo este abandono”.
Da Comissão de Candidatura, intervieram ainda: Carlos Martins (Cazé), que numa perspectiva mais virada para a juventude, disse que “as propostas culturais para Coimbra são pobres”, para o que também contribui o facto do executivo camarário dar apenas “meio-tempo à vereadora da Cultura, o que é um mau sinal para a importância que dá a este sector”. Defendeu ainda que se devia “aproveitar as diferentes características culturais das muitas centenas de estudantes estrangeiros que vêm estudar para Coimbra”, inseridos em programas como o ERASMUS; Ferreira Nunes, trouxe à discussão, se não seria importante diversificar os espaços e as ofertas culturais existentes no centro da cidade, também pelas freguesias rurais? Disse ainda: “A maioria das pessoas da minha aldeia, nunca assistiu a um espectáculo de teatro”; Mário Carvalho, interveio fazendo referência ao plano estratégico da câmara no que respeita à Cultura, chamando à atenção na dignificação do espaço envolvente dum belíssimo monumento recentemente restaurado, como é o caso do de Santa Clara-a-Velha; Linhares de Castro, lembrou o desaparecimento de espaços promotores da própria cultura, como era o caso das “tertúlias na Brasileira”, defendendo a título de exemplo, que hoje é preciso que se organizem os públicos duma escola, para assistirem a espectáculos apresentados por outras. Concordou também com a ideia que “Coimbra está de costas voltadas para a Universidade”.
A hora já ia longa e António Vilhena, o moderador, tinha que passar a última palavra ao candidato. Mas, ficou-se com a ideia que todos estavam interessados em debater Cultura, ao contrário daquilo que alguns pensam.
A intervenção final coube a Carlos Cidade, que começou por agradecer a presença de todos, enaltecendo o que ouviu, o que só enriqueceu quem assistiu a este último colóquio. Lembrou a evolução de vários espaços culturais, como o caso de Santa Clara-a-Velha e o Museu Machado de Castro. Afirmou, por isso que “o que está em causa são os projectos e a sua sustentabilidade”. Os espaços também são importantes para os eventos culturais e lembrou que “o próprio Estádio de Coimbra, pelas condições que tem, atrai outros espectáculos e outros públicos”. Considerou que, por vezes, “há uma grande concentração de muitas iniciativas e depois não há público para tanta oferta”. Também para a questão cultural, acha importante a “criação duma agência especializada”. Acha importante tentar consolidar eventos de qualidade já organizados, como foi o caso de “Festival Internacional da Música”. Não esquecendo a importância dos colóquios nesta campanha eleitoral, disse a terminar a sua intervenção: “Foi um esforço que valeu a pena, para mostrar a dinâmica desta campanha e desta candidatura”.
Neste último colóquio, Carlos Cidade foi acompanhado pelos seguintes membros da sua Comissão de Candidatura: Ana Rosa Vaz, António Vilhena, Carlos Martins (Cazé), Carvalho Nunes, Ernesto Moura, Ferreira Nunes, João André Amaral, João Pedro Trovão, José António Cortesão, Linhares de Castro, Manuel Antão, Moura e Sá, Pedro Miguel Martins, Maria do Rosário Pimentel, Mário Carvalho e José Soares, e ainda o Mandatário Reis Marques.
Subscrevemo-nos com as mais elevadas saudações socialistas.
Coimbra, 28 de Março de 2010.

PEL'A COMISSÃO DA CANDIDATURA DE CARLOS CIDADE
O Director da Comunicação,
josesoares.ps@gmail.com